Centro pastoral uma necessidade ?!
A Igreja- Comunidade Cristã- tem como missão anunciar o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo a todos os povos. O Modo de o fazer varia no tempo e no espaço a que a missão se dirige.
Desde o ir de terra em terra, a pé, a cavalo, de barco… Nas casas, nas praças e sinagogas- no tempo dos Apóstolos. Mais tarde nas Igrejas, catedrais, escolas, universidades, meios de comunicação social…
A Catequese e a Liturgia foram sempre lugares de Evangelização.
Depois do Concílio de Trento a Catequese passou do âmbito exclusivamente familiar para o âmbito sistemático, sem deixar de existir no seio da família. A sistematização criou a necessidade de espaços adequados para a sua implementação.
Os espaços foram também variando conforme as épocas. Primeiramente, todas as crianças, recebiam na igreja, do pároco ou catequista, a doutrina cristã. A metodologia era a de pergunta resposta, como aliás era pedagogia usada no ensino em geral. Com um método mais dedutivo, nos nossos dias, para dar uma atenção maior às idades de cada criança, não são adequados os espaços das igrejas ou salões amplos, onde todas as cranças tinham o mesmo catequista. Nasceram assim, nos anos 60-70, os “ Centros Pastorais” com salas de Catequese para cada ano.
Nos tempos modernos as pessoas tornaram-se mais exigentes em relação às condições de conforto dos espaços, onde os filhos recebem a dita formação.
A Paróquia das Colmeias há uns anos adaptou no segundo andar da residência paroquial, espaços manifestamente insuficientes para a realidade, já que se tem de fazer desdobramento de horários, que, por sua vez, trazem transtornos quando, os pais têm filhos nos dois horários, acabando por ficar várias horas pendentes deles.
Era necessário fazer alguma coisa para responder às necessidades!
Assim, nasceu a preocupação de construir novas instalações.
O Conselho Económico desde 2007 procurou soluções: foram várias as tentativas. Até que, conjugando-se as circunstâncias da oferta de um terreno por parte do casal Vítor e Amália Veríssimo e da disposição de venda, por parte do Sr- Diamantino, do terreno contíguo.
Fez-se luz: concretizou-se a compra e imediatamente se procedeu à discussão no Conselho Económico, do que pretendíamos como Centro Pastoral. Assim, surgiram as ideias de fundo: salas de catequese suficientes; salão para as pessoas conviverem nas festas, sem o constrangimento de espaço das instalações existentes; a atenção aos peregrinos de Fátima que passam pela nossa paróquia; um auditório polivalente para eventos culturais: como é próprio da Igreja, através dos tempos, a atenção à Cultura, âmbito este que não deve ser descurado, para que ela não seja confinada à “sacristia”, ou seja apenas ao que diz respeito ao culto- como alguns pretendem “encurralá-la”. Assim, nasceu o projecto que esteve exposto em tela suficientemente grande, numa das paredes exteriores da igreja, durante algum tempo.
Provocou-se, na altura, uma reunião aberta à população para a apresentação e discussão do projecto com o Arquitecto e um Técnico em estudos financeiros…
Finalmente passados estes anos, não sem dificuldades várias, começou-se a obra…
A necessidade é premente, para quem minimamente é sensível às nossas crianças. Diminuiu o número de crianças nestes últimos anos, é uma realidade. Mas, perguntamos será permanente? Com certeza que não, e quando se constrói algo do género, há que pensar no futuro… Na evolução da sociedade, sem pessimismos, como fizeram aliás os nossos antepassados, que nos deixaram a bela igreja, da qual hoje nos orgulhamos. Que queremos nós deixar para as gerações vindouras?
Por último, sobre uma questão muito em voga nos nossos dias, em que tudo é crivado pelo economicismo, apenas dizemos: todas as obras que a igreja sentiu necessidade de fazer, através dos tempos, foram sempre realizadas na fidelidade ao serviço, como aprendeu do Seu Mestre, que veio para servir e não para ser servido. O serviço só tem uma rendibilidade, fazer bem aos que precisam. No fim, os que embarcamos neste serviço, sem olhar a meios, como o Bom Samaritano, escutaremos no juízo final “ Vinde Benditos de meu Pai porque tinha fome, sede, estava nu, peregrino, na prisão e deste-me assistência” Cfr Mt. 25, 31-43.
Esta obra precisa da boa vontade e generosidade de todos, mesmo neste tempo de escassez, porque, como diziam os antigos: “todas as obras da Igreja se fizeram com as esmolas dos pobres e com o conselho dos ricos” e mais ainda “nenhuma obra da Igreja se deixou de fazer por falta de dinheiro”. Só não se fizeram aquelas onde faltou a generosidade…
Aqui apelamos à vossa generosidade, e que os Colmeenses daqui a cinquenta anos elogiem a coragem dos de hoje…
Colmeias, 30 de Novembro de 2016
O pároco: P. João Pereira Feliciano
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D. António Marto benzeu primeira pedra do Centro Pastoral das Colmeias
Categoria:
Notícias
Criado em 14-03-2017
A tarde de 12 de março de 2017 tornou-se histórica para a paróquia das Colmeias, com a vinda do Bispo da Diocese de Leiria-Fátima, D. António Marto, para a bênção da primeira pedra do Centro Pastoral Três Pastorinhos, nome que o complexo assumiu recentemente.
Apesar de estar já em construção, esta celebração trouxe nova esperança de ver edificada a obra que conjugará várias valências para a comunidade paroquial e para a vigararia das Colmeias em geral, assim como para os milhares de peregrinos que passam nesta região todos os anos.
Na cerimónia, para além da população e de representantes de algumas instituições da freguesia das Colmeias e Memória, estiveram presentes Hugo Monteiro, adjunto do Comando dos Bombeiros Voluntários de Leiria, Gonçalo Lopes, vice-presidente do Município de Leiria, e Artur Santos, presidente da junta de freguesia local.
A celebração da Eucaristia, presidida por D. António Marto, serviu para uma interiorização e reflexão sobre a Quaresma em que estamos, um tempo de “primavera espiritual, que nos convida a renovar a nossa fé e a esperança”. Num contexto de reencontro com a vida, o Bispo de Leiria-Fátima convidou os presentes a tomarem consciência de que “todos nós temos algo a melhorar, a modificar e a progredir, numa época quaresmal que requer de cada um uma maior e mais profunda aproximação a Deus”.
Ainda na celebração na igreja paroquial de São Miguel das Colmeias, o pároco, padre João Feliciano, manifestou a alegria de receber o Bispo diocesano para bênção da primeira pedra do Centro Pastoral Três Pastorinhos, destacando que não seria “uma pedra qualquer”, até porque as obras já tinham iniciado há algum tempo. Assim, “ não será depositada no cimento, para nunca mais se ver, mas irá ter no futuro muita visibilidade”, afirmou. E tinha razão no que dizia, porque, na chegada à obra do novo Centro Pastoral, foi a imagem de Nossa Senhora com os três Pastorinhos que se encontrou, uma peça de arte que se destacou nesta tarde carregada de emoção e história.
No momento da bênção, D. António Marto sensibilizou a população para a importância desta obra e para que todos se sintam incorporados neste projecto pastoral: “Com o contributo de cada um, à sua medida, todos ficam com um pedacinho desta casa”. A mesma mensagem foi reforçada por Artur Santos e Gonçalo Lopes, indicado a colaboração das autarquias locais no empreendimento.
No final, foi oferecido um lanche de confraternização para as centenas de pessoas que participaram neste evento festivo.
Um centro para todos
O Centro Pastoral Três Pastorinhos acolherá a catequese e outros serviços pastorais da paróquia, servindo ainda para o acolhimento aos peregrinos, mas estará também à disposição da sociedade em geral e do território da vigararia, nomeadamente com um auditório que terá condições de conforto e técnicas para acontecimentos culturais, académicos e de entretenimento. O investimento de cerca de um milhão de euros será, com certeza, um enorme desafio que a comunidade terá nos próximos anos.
Joaquim Santos | in jornal "Presente" Leiria-Fátima